Mapeamento Macroeconômico e Setorial dos Municípios do Coração do Cerrado
Dados Macroeconômicos
O Coração do Cerrado é uma região composta por 11 municípios, localizados entre as cidades de Uberlândia, Patos de Minas e Patrocínio, no estado de Minas Gerais, que se uniram para se desenvolverem economicamente de forma conjunta.
A Associação do Coração do Cerrado (ADECCER) é um resultado do programa de desenvolvimento de Lideranças para o Desenvolvimento Regional — LÍDER, do Sebrae- MG, no qual as lideranças da região se uniram com o comprometimento de desenvolvimento econômico e regional, transformando a região do Coração do Cerrado em uma reunião de fortes oportunidades, além das oportunidades atuais que cada município contém individualmente.
Esta é a força da região do Coração do Cerrado, em que seu planejamento estratégico passa agora por uma revisão: uma região que se une para, em conjunto, ter maior relevância regional e maior capacidade de desenvolvimento do que as vistas até o presente no paradigma de ações de individuais de desenvolvimento de cada cidade.
A população total da região do Coração do Cerrado é de 129,4 mil habitantes, segundo estimativas do IBGE em 2020. O PIB total da região é de R$ 4,82 bilhões, dados do IBGE, de 2018.
O PIB total da região, somatória do PIB de cada um dos 11 municípios, é ligeiramente maior do que o PIB de Patos de Minas e de Araguari, com R$ 4,68 bilhões e R$ 4,66 bilhões, respectivamente. Em comparação ao PIB de Patrocínio, o PIB do Coração do Cerrado corresponde à 168% do PIB desta cidade (R$ 2,87 bilhões).
Este valor agregado do PIB dos 11 municípios colocaria o Coração do Cerrado como o 21º município de Minas Gerais, em tamanho de sua economia:
Tabela 1 – Maiores PIBs Municipais de Minas Gerais*
Rank PIB MG | Nome do Município | Produto Interno Bruto, a preços correntes (R$ 1.000) |
1 | Belo Horizonte | 91.957.092 |
2 | Uberlândia | 37.442.791 |
3 | Contagem | 27.731.703 |
4 | Betim | 25.483.677 |
5 | Juiz de Fora | 16.923.044 |
6 | Uberaba | 14.708.608 |
7 | Ipatinga | 11.435.803 |
8 | Nova Lima | 10.439.694 |
9 | Extrema | 9.523.321 |
10 | Montes Claros | 9.441.519 |
11 | Sete Lagoas | 8.526.459 |
12 | Poços de Caldas | 7.645.804 |
13 | Pouso Alegre | 7.619.096 |
14 | Ouro Preto | 6.831.108 |
15 | Itabira | 6.620.080 |
16 | Divinópolis | 6.462.981 |
17 | Governador Valadares | 6.208.765 |
18 | Araxá | 6.176.237 |
19 | Varginha | 5.512.853 |
20 | Itabirito | 5.010.763 |
21 | Coração do Cerrado | 4.824.052 |
22 | Patos de Minas | 4.685.827 |
23 | Araguari | 4.660.911 |
*Comparação do PIB total do Coração do Cerrado aos PIBs municipais de MG
Fonte: Contas Municipais, IBGE, 2018
Internamente, a distribuição do PIB, PIB per Capta e População de cada município do Coração do Cerrado é detalhada abaixo:
Tabela 2 – PIB, População e PIB per Capta do Coração do Cerrado
Município | Produto Interno Bruto, a preços correntes (R$ 1.000) – 2018 | População Estimada (IBGE 2021) | PIB per Capta a preços correntes (R$ 1.000) – 2018 |
Nova Ponte | 1.140.199 | 15.551 | 74.620 |
Monte Carmelo | 1.136.575 | 48.049 | 23.654 |
Coromandel | 1.003.557 | 27.958 | 35.895 |
Estrela do Sul | 538.487 | 7.446 | 72.319 |
Indianópolis | 430.694 | 6.859 | 63.068 |
Iraí de Minas | 176.553 | 7.007 | 34.482 |
Romaria | 140.025 | 3.367 | 39.477 |
Abadia dos Dourados | 123.039 | 6.704 | 18.353 |
Douradoquara | 54.995 | 1.934 | 28.869 |
Cascalho Rico | 51.198 | 3.086 | 16.748 |
Grupiara | 28.731 | 1.419 | 20.685 |
Coração do Cerrado | 4.824.052 | 129.380 | 37.286 |
Fonte: Contas Municipais, IBGE, 2018
A tabela 2 mostra um retrato inicial da economia do Coração do Cerrado, onde a maior cidade, Monte Carmelo, com 48 mil habitantes tem o segundo maior PIB da região.
Três cidades têm o PIB próximo: Nova Ponte, Monte Carmelo, e Coromandel, a despeito da diferença do tamanho de suas populações.
Nova ponte, ligeiramente o maior PIB da região, tem como seu principal ator econômico a Usina Hidrelétrica de Nova Ponte. 51% do valor adicionado do município é do setor industrial, principalmente em razão das atividades da usina.
Monte Carmelo é a maior cidade da região em população, e quem tem a economia mais dinâmica. Sua principal atividade econômica são os serviços. 61% do valor adicionado de Monte Carmelo é deste setor. Essa dinâmica do setor de serviços chama a atenção em um município com uma forte atividade agropecuária. Segundo o CAGED, em 2019, 59% dos empregos formais do município pertenciam ao setor de serviço.
Somente o comércio representa 33% do emprego em Monte Carmelo.
Coromandel é o terceiro município tamanho tanto na economia quanto na população. Sua principal atividade é a agropecuária, com as lavouras de soja, milho, e café como as principais. Na produção de leite, é a terceira maior bacia leiteira de Minas Gerais. Seu PIB agropecuário responde por 40% do seu valor adicionado total.
Monte Carmelo e Coromandel são as duas maiores cidades em população, e são os polos econômicos da região do Coração do Cerrado.
Em seguida, as cidades com valores intermediário do PIB, comparativamente às demais cidades da região do Coração do Cerrado, são Estrela do Sul e Indianópolis. Estas são cidades com uma boa produção agropecuária, nas lavouras de soja e milho, e de café. Contudo, a atividade que dá mais relevância ao PIB dessas cidades é a instalação da fábrica da LD Celulose, em Indianópolis. A LD Celulose será a maior fábrica de celulose líquida do mundo, com operação inicial estimada para 2022. Contudo, a atividade de floresta de celulose já está em operação, com 70 mil hectares de terras com florestas de Eucaliptos. Deste, 35 mil hectares estão situados em Estrela do Sul, segundo o escritório local da EMATER. Isso explica o alto PIB per capta dos municípios de Indianópolis e de Estrela do Sul, que tende a aumentar a partir do início da operação da LD Celulose, em 2022, principalmente para Indianópolis, onde estará localizada a produção industrial do complexo.
Finalmente, temos as cidades com menor expressão de PIB. Iniciando por Romaria, em que seu PIB de R$ 140 milhões corresponde a 12,3% do PIB de Monte de Carmelo, oriundo principalmente da atividade agropecuária. Iraí de Minas, com R$ 123 milhões de PIB, mas com uma dinâmica agropecuária comparada às suas dimensões territoriais. As menores cidades completam o PIB do Coração do Cerrado, Com Douradoquara e Cascalho Rico com um PIB referente a 39% e 36% o PIB de Romaria, e; Grupiara, com seu PIB referente a 52% o PIB de Dourodaquara.
As menores cidades, não obstante terem apenas parcelas do tamanho do PIB das maiores cidades da região, não têm menor importância para a região do Coração do Cerrado. A partir das ações de fortalecimento da região, o que irá fortalecer a região como um todo é a unidade de planejamento comum entre as cidades. E neste contexto, cada cidade, independente do seu tamanho populacional ou econômico, tem papel fundamental.
Essa unidade de planejamento comum entre as cidades é fenômeno novo no Brasil, e ainda está em processo embrionário no próprio Coração do Cerrado. Mas há a possibilidade da região ter um novo empuxo de desenvolvimento econômico e social, a partir do estabelecimento dessa unidade, em que, cada cidade não mais opera individualmente. E sim, operam como uma unidade regional, que tem o 21º PIB municipal de Minas Gerais, e onde são integradas as diversidades produtivas dessa região, dando maior potência de ação para o conjunto.
Uma unidade regional de desenvolvimento do Coração do Cerrado teria o poder de acelerar o PIB de cada cidade. Seria o análogo de uma integração de um bloco econômico, mas dentro da dinâmica microrregional de um país.
Ao nível de desagregação do Valor Adicionado dos grandes setores da economia para os municípios e as cidades do Coração do Cerrado, temos:
Tabela 3 – Valor Adicionado por Setores da Economia – Coração do Cerrado
Município | Valor Adicionado Total a preços correntes (R$ 1.000) | PIB Agropecuária a preços correntes (R$ 1.000) | PIB Industrial a preços correntes (R$ 1.000) | PIB Serviços a preços correntes (R$ 1.000) | PIB ADESS a preços correntes (R$ 1.000) |
Coração do Cerrado | 4.622.666 | 1.557.443 | 934.779 | 1.525.207 | 605.236 |
Nova Ponte | 1.108.143 | 283.930 | 569.051 | 178.659 | 76.503 |
Monte Carmelo | 1.011.168 | 138.055 | 59.559 | 615.534 | 198.020 |
Coromandel | 937.581 | 375.088 | 84.640 | 354.172 | 123.681 |
Estrela do Sul | 563.588 | 447.154 | 20.329 | 60.550 | 35.556 |
indianópolis | 408.993 | 142.964 | 112.740 | 112.796 | 40.494 |
Iraí de Minas | 210.767 | 33.972 | 50.034 | 94.476 | 32.284 |
Romaria | 134.994 | 73.109 | 12.187 | 30.554 | 19.144 |
Abadia dos Dourados | 118.897 | 31.476 | 11.503 | 43.576 | 32.342 |
Douradoquara | 51.332 | 13.085 | 11.042 | 13.471 | 13.734 |
Cascalho Rico | 49.284 | 13.150 | 2.357 | 13.432 | 20.346 |
Grupiara | 27.918 | 5.461 | 1.338 | 7.987 | 13.132 |
Minas Gerais | 538.784.653 | 28.048.258 | 142.818.975 | 274.659.352 | 93.258.069 |
Participação do Coração do Cerrado em Minas Gerais | 0,9% | 5,6% | 0,7% | 0,6% | 0,6% |
Fonte: Contas Municipais, IBGE, 2018
Podemos ver, pela tabela do valor adicionado por setor para os municípios do coração do cerado o equilíbrio entre o setor de serviços e o setor agropecuário, na região. Contudo, o setor de serviços na região é impulsionado pelo setor agropecuário, onde os serviços de maior valor agregado são destinados para a cadeia de valor agropecuária.
A atividade industrial ainda é pouco relevante na região, sendo a Usina Hidrelétrica de Nova Ponte responsável pela maior parte do PIB industrial da região. Há alguns laticínios, fábricas de ração, entre outras atividades industriais. Mas de pouca expressão em comparação com a economia da região. Isto mudará com o início das operações da LD Celulose em Indianópolis, e pela forma que a região souber utilizar a presença deste grande player para a dinamização da economia regional.
Um fator importante da relevância do Coração do Cerrado para a economia de Minas Gerais reside no fato de a região representar 5,6% do PIB agropecuário de Minas Gerais.
Tabela 4 – Participação de Cada Município no Valor Adicionado da Região
Valor Adicionado Total | PIB Agropecuária | Pib Industrial | PIB Serviços | PIB ADESS | |
Coração do Cerrado | 100% | 34% | 20% | 33% | 13% |
Nova Ponte | 24,0% | 18,2% | 60,9% | 11,7% | 12,6% |
Monte Carmelo | 21,9% | 8,9% | 6,4% | 40,4% | 32,7% |
Coromandel | 20,3% | 24,1% | 9,1% | 23,2% | 20,4% |
Estrela do Sul | 12,2% | 28,7% | 2,2% | 4,0% | 5,9% |
indianópolis | 8,8% | 9,2% | 12,1% | 7,4% | 6,7% |
Iraí de Minas | 4,6% | 2,2% | 5,4% | 6,2% | 5,3% |
Romaria | 2,9% | 4,7% | 1,3% | 2,0% | 3,2% |
Abadia dos Dourados | 2,6% | 2,0% | 1,2% | 2,9% | 5,3% |
Douradoquara | 1,1% | 0,8% | 1,2% | 0,9% | 2,3% |
Cascalho Rico | 1,1% | 0,8% | 0,3% | 0,9% | 3,4% |
Grupiara | 0,6% | 0,4% | 0,1% | 0,5% | 2,2% |
Principais Setores da Região
Agricultura
Na agricultura, a região tem uma forte produção de café, lavouras de soja e milho, e outras produtos sazonais aproveitando o pivô de irrigação das lavouras de soja, como cebola e batata.
O valor bruto da produção agrícola na região alcançou em 2020 R$ 1,69 bilhões de reais para as louvaras provisórias, como o milho e a soja. Isso representou 6,1% da produção desse tipo de lavoura em Minas Gerais. Para as lavouras permanentes, sobretudo o café, a região produziu em 2020 R$ 620 milhões de reais, tendo 3,1% desse tipo de lavoura no estado.
Somando as lavouras provisórias e permanentes, a região do Coração do Cerrado correspondeu por 4,85% do valor bruto da produção agrícola em Minas Gerais em 2020, segundo os dados da Produção Agrícola Municipal, do IBGE.
Tabela 5 – Produção Agrícola Municipal 2020 – Lavouras Provisórias
Área plantada (Hectares) | Valor da produção (Mil Reais) | Participação na Produção do Coração do Cerrado – % | |
Coromandel | 107.505 | 611.418 | 36% |
Nova Ponte | 58.872 | 395.505 | 23% |
Indianópolis | 36.583 | 203.668 | 12% |
Monte Carmelo | 33.818 | 195.913 | 12% |
Romaria | 17.401 | 105.164 | 6% |
Iraí de Minas | 8.645 | 73.177 | 4% |
Estrela do Sul | 9.163 | 53.207 | 3% |
Abadia dos Dourados | 5.057 | 22.016 | 1% |
Cascalho Rico | 3.103 | 20.395 | 1% |
Grupiara | 1.180 | 6.195 | 0% |
Douradoquara | 976 | 4.428 | 0% |
Coração do Cerrado | 282.303 | 1.691.086 | 100,0% |
Minas Gerais | 4.640.417 | 27.915.486 | — |
Participação do Coração do Cerado nas Lavouras Provisórias de Minas Gerais | 6,1% | 6,1% | — |
Tabela 6 – Produção Agrícola Municipal 2020 – Lavouras Permanentes
Área plantada (Hectares) | Valor da produção (Mil Reais) | Participação na Produção do Coração do Cerrado – % | |
Monte Carmelo | 14.235 | 245.367 | 40% |
Coromandel | 8.930 | 135.220 | 22% |
Romaria | 5.215 | 100.587 | 16% |
Indianópolis | 4.219 | 61.372 | 10% |
Estrela do Sul | 1.955 | 34.457 | 6% |
Iraí de Minas | 831 | 22.052 | 4% |
Cascalho Rico | 539 | 10.802 | 2% |
Nova Ponte | 365 | 5.566 | 1% |
Abadia dos Dourados | 211 | 4.415 | 1% |
Grupiara | 12 | 183 | 0% |
Douradoquara | 4 | 42 | 0% |
Coração do Cerrado | 36.516,00 | 620.063,00 | 100% |
Minas Gerais | 1193259 | 19711223 | — |
Participação do Coração do Cerado nas Lavouras Permanentes de Minas Gerais | 3,1% | 3,1% | — |
Na pecuária, a maior produção é a do leite de vaca. Coromandel é a terceira maior bacia leiteira de Minas Gerais, segundo a EMATER-MG. Um dado interessante, segundo o secretário de agricultura de Monte Carmelo, Antônio Augusto, com dados da EMATER-MG, é de diariamente 11 toneladas de queijo são distribuídos no estado de São Paulo a partir da região.
A produção de leite de vaca na região do Coração do Cerrado corresponde a 3% da produção do leite de vaca do estado de Minas Gerais, totalizando 276 milhões de litros produzidos em 2020, e somando R$ 488 milhões em valor de produção.
A pecuária leiteira é uma importante atividade da região, com a participação de vários pequenos produtores. Para alguns produtores de leite, está havendo o movimento atual de troca de terras de pastagens para a utilização para o plantio de soja.
Em termos de produtividade da produção, e portanto, da qualidade do leite, temos Iraí de Minas com uma média de 15 litros dia/cabeça, seguido de Coromandel com 13,4 litros/cabeça e Romaria com 10,9 litros dia/cabeça, segundo o IGBE. As demais cidades tem valores de produtividade abaixo de 10 litros dia/cabeça.
Tabela 7 – Produção do Leite no Coração do Cerrado
Município | Rebanho Bovino | Vacas Ordenhadas | Produção 2020 (mil litros) | Produção / Dia (mil litros) | Valor Produção (R$ 1.000) | Valor Médio do Litro do Leite (R$) | Produtividade Média / Vaca Ordenhada (litros) |
Coromandel | 115.938 | 25.361 | 124.267 | 340 | 232.378 | 1,87 | 13,4 |
Abadia dos Dourados | 54.969 | 12.317 | 44.032 | 121 | 76.615 | 1,74 | 9,8 |
Douradoquara | 22.058 | 3.932 | 12.740 | 35 | 23.187 | 1,82 | 8,9 |
Monte Carmelo | 57.639 | 7.840 | 28.435 | 78 | 45.781 | 1,61 | 9,9 |
Iraí de Minas | 24.175 | 4.870 | 26.890 | 74 | 43.024 | 1,60 | 15,1 |
Romaria | 8.360 | 1.210 | 4.830 | 13 | 8.211 | 1,70 | 10,9 |
Grupiara | 11.429 | 1.065 | 3.740 | 10 | 5.984 | 1,60 | 9,6 |
Estrela do Sul | 60.374 | 3.278 | 7.920 | 22 | 13.226 | 1,67 | 6,6 |
Cascalho Rico | 29.007 | 2.341 | 4.874 | 13 | 8.773 | 1,80 | 5,7 |
Nova Ponte | 36.458 | 4.120 | 13.989 | 38 | 23.641 | 1,69 | 9,3 |
Indianópolis | 14.207 | 1.359 | 4.877 | 13 | 7.950 | 1,63 | 9,8 |
Coração do Cerrado | 434.614 | 67.693 | 276.594 | 758 | 488.770 | 1,77 | 11,2 |
Minas Gerais | 22.165.606 | 3.122.017 | 9.692.389 | 26.554 | 15.991.870 | 1,65 | 8,5 |
Participação do Coração do Cerrado em Minas Gerais | 2,0% | 2,2% | 2,9% | 2,9% | 3,1% | 107,1% | 131,6% |
Fonte: Pesquisa Pecuária Municipal, IBGE, 2020
Em termos de representatividade na pecuária geral do Coração do Cerrado, segue a distribuição de cabeças por tipo de rebanho :
Tabela 7 – Distribuição de Cabeças por Rebanho – Pecuária do Coração do Cerrado
Municípios | Bovino | Suíno – total | Suíno – matrizes de suínos | Galináceos – galinhas |
Estrela do Sul | 60.374 | 940 | 920 | 34.540 |
Grupiara | 11.429 | 144 | 165 | – |
Iraí de Minas | 24.175 | 397 | 1.150 | 110.400 |
Monte Carmelo | 57.639 | 832 | 13.630 | 192.000 |
Romaria | 8.360 | 165 | 4.025 | 57.900 |
Indianópolis | 14.207 | 262 | 7.210 | 1.215.000 |
Cascalho Rico | 29.007 | 372 | 750 | 277.300 |
Abadia dos Dourados | 54.969 | 1.553 | 9.500 | 106.600 |
Coromandel | 115.938 | 3.241 | 97.580 | 70.200 |
Douradoquara | 22.058 | 489 | 1.180 | 7.900 |
Nova Ponte | 36.458 | 695 | 24.380 | 672.000 |
Coração do Cerrado | 434.614 | 9.090 | 160.490 | 2.743.840 |
Minas Gerais | 22.165.606,00 | 5.229.317,00 | 515.206,00 | 20.859.259,00 |
Participação do Coração do Cerrado em Minas Gerais | 2% | 0% | 31% | 13% |
Fonte: Pesquisa Pecuária Municipal, IBGE, 2020
Além da produção do leite de vaca, destacam-se na região a produção de matrizes de suínos, em que a região representa 31% das matrizes de suínos do estado de Minas Gerais. Na produção de galináceos-galinhas, a região corresponde por 13% a produção do estado de Minas Gerais.
Indústria
O Setor Industrial é o de menor expressão na economia do Coração do Cerrado. Compõe 20% do valor adicionado da região, sendo que destes, 60,9% são referentes a Nova Ponte. Em Nova Ponte, a maior parte do PIB industrial é gerado pela Usina Hidrelétrica de Nova Ponte, com capacidade instalada de 510 MW. Ainda, em Nova Ponte está situada uma fábrica da Duratex de painéis de madeira de MDP e de MDF, que tem capacidade de produção de 1,4 milhões de metros cúbicos por ano.
Os outros 8% do valor adicionado da região do Coração do Cerrado referentes ao setor Industrial está principalmente distribuída na fabricação de telhas e tijolos, laticínios, e fábricas de ração, além de algumas instalações do setor alimentício.
Importante ressaltar que com o início das operações da LD Celulose em 2022, maior planta de celulose líquido do mundo, haverá um incremento relevante na indústria da região.
No laticínio, há a presença da fábrica da Piracanjuba em Iraí de Minas, Laticínios Karol em Monte Carmelo, Laticínios Quatá em Douradoquara. Em Coromandel, está presente o laticínios Coronata.
As fábricas de telhas e tijolos são importantes empregadores em Monte Carmelo e Abadia dos dourados. Essa atividade emprega 11% do pessoal assalariado de Monte Carmelo.
Coromandel tem algumas fábricas de ração, sendo estas a Cooproleite, a Agroterra, Agroval, Santa Rosa e Produtiva.
Serviços
O Setor de Serviços tem um bom desenvolvimento na região, tendo seu valor adicionado semelhante ao valor adicionado da agricultura. Os serviços na região estão divididos nos atendimentos à população, como o comércio, saúde, educação e os profissionais liberais; e, no atendimento da cadeia de valor do agronegócio. No atendimento da cadeia de valor do agronegócio tem-se consultorias, aluguéis de equipamentos, venda de defensivos e fertilizantes, projetos de irrigação, entre outros.
O Setor de Serviços se concentra em Monte Carmelo (40% da região) e em Coromandel (23,2% da região).
É importante destacar os esforços das atividades de ensino, com os campus da UNIFUCAM e UFU-Monte Carmelo em Monte Carmelo, e o campus da UNOPAR em Coramandel.
Emprego e Renda
A melhoria de empregos é uma das principais demandas da população nestas cidades. Contudo, em Coromandel e Monte Carmelo, a partir da visita de campo, fora se constatado que nessas cidades se repetem um fenômeno atual do Brasil de não se preencher completamente as vagas de empregos disponíveis, mesmo havendo mão-
de-obra ociosa. O que se faz necessário melhores cursos profissionalizantes e de capacitação para a região.
Tabela 8 – Número de Empregos, Empresas e Renda na Região
Municípios | Pessoal assalaria do médio | Salários e outras remunerações (1000 R$) | Salário médio mensal (salários mínimos) | Salário médio mensal (R$) | Número de empresas atuantes | População | Emprega dos / Empresas | Empres as / população |
Monte Carmelo | 7.737 | 176.817 | 1,8 | 1.905 | 1.634 | 48.049 | 5 | 16% |
Coromandel | 4.528 | 111.116 | 1,9 | 2.045 | 955 | 27.958 | 5 | 16% |
Nova Ponte | 3.130 | 68.540 | 1,7 | 1.825 | 525 | 15.551 | 6 | 20% |
Abadia dos Dourados | 1.474 | 27.237 | 1,4 | 1.540 | 373 | 6.704 | 4 | 22% |
Estrela do Sul | 1.210 | 29.940 | 1,9 | 2.063 | 153 | 7.446 | 8 | 16% |
Indianópolis | 1.159 | 30.657 | 2,0 | 2.205 | 83 | 6.859 | 14 | 17% |
Iraí de Minas | 1.032 | 24.674 | 1,8 | 1.992 | 234 | 7.007 | 4 | 15% |
Romaria | 509 | 11.585 | 1,8 | 1.895 | 73 | 3.367 | 7 | 15% |
Cascalho Rico | 452 | 9.215 | 1,6 | 1.701 | 58 | 3.086 | 8 | 15% |
Grupiara | 361 | 6.979 | 1,5 | 1.613 | 31 | 1.419 | 12 | 25% |
Douradoquara | 321 | 7.349 | 1,8 | 1.907 | 36 | 1.934 | 9 | 17% |
*Dado de salário médio mensal do IBGE considera 13 meses, aqui este dado fora ajustado para referência de salário mensal, com 12 meses
Fonte: PNAD ANUAL, IBGE, 2020
O salário médio entre os município flutua entre o menor valor de 1,5 salários mínimos em Grupiara e 2 salários mínimos em Indianópolis.
A cidade com o emprego mais diversificado é Monte Carmelo, com maior distribuição de empregos em diferentes setores da economia.
Tabela 9 – Diversificação de Empregos em Monte Carmelo
Número de Empregos | Part. Setor (%) | |
Agropecuária | 1.823 | 20,9% |
Indústria Transformação | 1.403 | 16,1% |
SIUP | 7 | 0,1% |
Construção Civil | 115 | 1,3% |
Comércio | 2.813 | 32,2% |
Serviços | 2.253 | 25,8% |
Adminstração Pública | 317 | 3,6% |
Empregos Monte Carmelo | 8.731 | 100% |
Fonte: CAGED, 2019
Conclusões dos dados macroeconômicos do Coração do Cerrado
Considerando a região do Coração do Cerrado como uma unidade regional de desenvolvimento, a região configuraria como o 21º PIB entre os municípios do estado de Minas Gerais. Nova Ponte, o maior PIB da região, configura-se individualmente como o 81º valor do PIB do estado, e Grupiara, o menor PIB da região, configura-se como 832º PIB de Minas Gerais, segundo as Contas Regionais de 2018 do IBGE.
É expressivo que a região represente 5,6% do PIB agropecuário do estado, o que demonstra a importância dessa unidade regional de desenvolvimento para o agronegócio de Minas Gerais.
O setor de serviços tem alta relevância para a região, e é puxado pelo setor agropecuário.
A região se compõe por duas cidades de maior população e maior atividade econômica, Monte Carmelo e Coromandel, e as demais cidades com menores populações e menor atividade econômica. Contudo, ao se pensar em uma unidade regional de desenvolvimento, todas as cidades têm a possibilidade de ter alta relevância para a região.
Uma vez que se dinamize a interação entre os municípios, as atividades principais de cada município passam a ser impulsionadas pelas atividades dos outros municípios. Como por exemplo, o desenvolvimento do setor de serviços agrícolas em Monte Carmelo pode impulsionar o desenvolvimento das lavouras permanentes e provisórias
em municípios como Cascalho Rico e Grupiara. Ou, pesquisas na fazenda escola da UNIFUCAMP podem aprimorar o cultivo de pitaias em Douradoquara, e em que, além do aprimoramento do cultivo, a cultura da pitada pode ser integrada em um circuito turístico da região.
Estes são apenas pequenos exemplos de oportunidades de integração entre as atividades econômicas dos municípios do Coração do Cerado. A integração das atividades econômicas e produtivas da região permitem dar à região um novo impulso de desenvolvimento, o que pode significar um crescimento econômico maior para toda a região, e para cada município, em níveis maiores do que se estes estiverem se desenvolvendo individualmente.
O sucesso do Coração Cerrado se dará ao se medir a figura macroeconômica da região daqui a 10 anos, e perceber quais foram as diferenças de crescimentos das atividades econômicas da região, comparativamente à Minas Gerais e o Brasil.